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Inteligência artificial já aparece em 1 a cada 7 artigos científicos

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Desde 2024, milhões de artigos científicos apresentam influência da IA em sua escrita, alterando o vocabulário e o estilo textual

(Imagem: Harpshark/Shutterstock)

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Com a criação e popularização de modelos de inteligência artificial (IA) como o ChatGPT e o Google Gemini, ficou cada vez mais difícil acessar textos que não tenham sido criados total ou parcialmente por esses Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs).

Esse uso tem gerado preocupação na comunidade acadêmica, diante da possibilidade de que conteúdos gerados por IA estejam cada vez mais presentes em publicações revisadas por pares. 

Investigando a influência das LLMs na produção científica 

Uma equipe de pesquisadores dos EUA e da Alemanha se uniu para analisar a presença das LLMs em artigos científicos. Eles analisaram 15 milhões de resumos biomédicos do PubMed para investigar o impacto detectável na escolha de palavras em artigos científicos. 

Os resultados, publicados na revista Science Advances, mostram que pelo menos 13,5% (ou 1 em cada 7,41) dos artigos publicados em 2024 foram escritos com algum grau de uso das LLMs. Esses dados refletem o aumento de certas escolhas de palavras e de estilo de texto. 

(A) Frequência das palavras em 2024 e razão de uso (r), em escala logarítmica. Palavras em excesso são destacadas: azul para conteúdo e laranja para estilo. (B) Mesmo gráfico, mas com a diferença de frequência (δ) no eixo vertical. (Imagem: Science Advances)

Para evitar limitações metodológicas, os autores do novo estudo examinaram mudanças no uso excessivo de certas palavras antes e depois do lançamento público do ChatGPT, a fim de identificar tendências reveladoras. 

A explosão do uso da inteligência artificial levanta questionamentos sobre a precisão e a integridade de algumas pesquisas. Tentativas anteriores de quantificar o aumento do uso de LLMs na escrita acadêmica, no entanto, eram limitadas por dependerem de conjuntos de textos gerados por humanos e por LLMs. Essa abordagem, observam os autores, “…pode introduzir vieses, pois exige suposições sobre quais modelos os cientistas usam para escrever com auxílio de LLMs e como exatamente os utilizam.” 

IA transforma vocabulário e estilo na escrita acadêmica. (Imagem: Studio Romantic/Shutterstock)

Etapas e processos da pesquisa 

  • Base metodológica: A pesquisa teve como base estudos que analisaram o impacto da COVID-19 por meio da comparação de mortes em excesso antes e depois da pandemia.
  • Abordagem comparativa: os pesquisadores aplicaram o mesmo método para analisar os artigos de “antes e depois” do surgimento dos LLMs, observando mudanças no uso de palavras em textos acadêmicos.
  • Dados: foram analisados milhões de resumos de artigos científicos biomédicos disponíveis na base PubMed.
  • Análise: o objetivo era identificar padrões de uso excessivo de palavras antes e após o lançamento público de LLMs como o ChatGPT.
  • Mudança observada: após o surgimento dos LLMs, observou-se uma transição do uso excessivo de “palavras de conteúdo” (como substantivos técnicos) para palavras com estilo mais “floreado” e estilístico, como showcasing (exibindo), pivotal (fundamental) e grappling (enfrentando).
  • Classificação gramatical: as palavras em excesso foram classificadas manualmente por classe gramatical para identificar tendências linguísticas.
  • Conclusão: antes de 2024, 79,2% das palavras em excesso eram substantivos. Em 2024, 66% das palavras em excesso eram verbos e 14% eram adjetivos.
  • Diferenças identificadas: a equipe também identificou diferenças notáveis no uso de LLMs entre áreas de pesquisa, países e periódicos. 
(A) Palavras em excesso divididas entre conteúdo e estilo. Em azul, a palavra com maior frequência relativa em cada ano. (B) Palavras em excesso classificadas como substantivos, verbos ou adjetivos. (Imagem: Science Advances)


Beatriz Campos é redator(a) no Olhar Digital

Ana Luiza Figueiredo

Redator(a)

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.




OLHAR DIGITAL – Link original da matéria

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