Deputado de Minas quer proibir atendimento a bonecas “reborn” no SUS; projeto gera polêmica

O deputado estadual Caporezzo (PL) protocolou, nesta terça-feira (13), na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Projeto de Lei n.º 3.757/2025, que propõe proibir o atendimento de bonecas “reborn” – réplicas hiper-realistas de recém-nascidos – e outros objetos inanimados em unidades públicas de saúde no estado. O texto prevê multa de até 10 vezes o valor do atendimento prestado em caso de descumprimento, com recursos revertidos ao tratamento de pessoas com transtornos mentais.

Na justificativa do projeto, Caporezzo afirma que o uso do SUS para atender bonecas representa um “desperdício de recursos públicos” e um “risco à vida de pessoas que realmente necessitam de atendimento emergencial”. Ele cita supostos casos de pessoas levando bonecas reborn para atendimentos médicos como se fossem bebês de verdade, especialmente em unidades do SUS.

O parlamentar ainda dispara críticas à sociedade atual, chamando a prática de “distopia generalizada” e “devaneios contemporâneos que colocam em perigo os cidadãos mineiros”. Ele menciona que advogados estariam sendo procurados para discutir “tutelas de bonecas reborn em separações conjugais” e até mesmo “direitos sucessórios”, o que, segundo ele, configura uma “esculhambação do Direito Civil”.

Caporezzo vai além e afirma, em tom polêmico, que “em uma sociedade que acredita que o gênero é fluido, que um homem pode se transformar em cachorro, proibir atendimento a brinquedos se torna um ato de bom senso”.

A proposta ainda precisa passar pelas comissões internas da Assembleia e, se aprovada, seguirá para votação em plenário. O projeto já gera repercussão e críticas nas redes sociais, com muitos usuários acusando o parlamentar de promover discurso de ódio e desvio de foco diante de temas mais urgentes na saúde pública.

Até o momento, o governo estadual e a Secretaria de Saúde não se manifestaram sobre o projeto.

Fonte: JP Agora