Cleitinho afirma que pode perder mandato de senador após indicar desvio de pedágio ao lado do prefeito Igor Santos em Paracatu.

Em um desabafo contundente, o senador Cleitinho (foto) se posicionou contra o sistema de pedágios no Brasil, criticando a forma como as concessões são feitas e o impacto sobre a população. Em sua fala, o parlamentar relembrou sua recente atuação para desviar um pedágio na estrada que liga Minas Gerais a Brasília, ação que, segundo ele, foi tomada em defesa dos cidadãos.

Cleitinho afirmou que, ao contrário de ações ilegais como invasões de terra por movimentos sociais, como o MST, a estrada que ele ajudou a desviar era construída em um terreno particular, com a devida permissão do proprietário. Para o senador, isso demonstra que sua ação foi completamente legal.

“Eu enfrentei o sistema sob essa questão agora da praça de pedágio. Eu arrumei um desvio junto com o prefeito aqui em Minas Gerais, essa estrada que liga Minas até Brasília. Então, eu queria chamar a atenção de vocês, que eles vão vir quente em cima de mim, tanto que o Brasil inteiro está falando sobre essa atitude”, disse Cleitinho, se referindo às possíveis repercussões de sua ação.

A questão do pedágio é algo que preocupa o senador, que vê com indignação a cobrança de taxas para utilizar as estradas. “Vocês já pagam imposto rigorosamente em dia, quase 50%, tudo que vocês consomem é de imposto. E o que vocês têm? Dignidade de estrada? Nenhuma”, declarou, reforçando a ideia de que os cidadãos já pagam o suficiente, sem receber em troca infraestrutura de qualidade.

A crítica de Cleitinho também recaiu sobre o papel do Estado nas concessões de pedágio. Segundo ele, o Estado não consegue oferecer um serviço adequado e, em vez disso, terceiriza a responsabilidade, colocando o peso do pagamento nas costas da população. O senador questiona o motivo de algumas pessoas comemorarem a existência de praças de pedágio, uma vez que, segundo ele, o sistema tira o direito de ir e vir da população. “Deveria ser incondicional, porque tá tirando seu direito de ir e vir”, afirmou, sugerindo que essas decisões são tomadas sem consulta à sociedade.

Em um tom crítico, Cleitinho disparou contra as autoridades e empresas envolvidas no processo de concessão. “Não tem ninguém do povo lá para defender o povo”, lamentou, ressaltando a falta de representação popular em decisões tão impactantes para a população. Para ele, as concessões acontecem nas “escondidas”, com o povo sendo o grande prejudicado.

O senador, então, reafirma seu compromisso de defender os interesses do povo, mesmo que isso implique em adotar medidas que muitos considerariam controversas. “Quantas vezes tiver oportunidade de fazer desvio, eu vou fazer desvio sim, dentro da legalidade”, garantiu Cleitinho, se diferenciando de figuras políticas que, segundo ele, desviam recursos para o próprio bolso.

Em sua conclusão, Cleitinho enfatizou que sua ação de desvio tem como objetivo a economia para a população. “O povo tá tendo uma economia, uma praça de pedágio que chega de 11 reais até 15 reais, roubando do povo na cara do povo”, acusou, lembrando que os investimentos em infraestrutura nas rodovias são mínimos, limitando-se a tapa-buracos, quando o esperado seria uma duplicação e manutenção adequadas.

Por fim, o senador fez um apelo aos cidadãos: “Peço que vocês compartilhem esse vídeo pra todo o Brasil”, afirmou, alertando que sua postura pode gerar consequências políticas para ele no futuro, mas reafirmando que sua preocupação principal é com o bem-estar da população.

A fala de Cleitinho segue repercutindo em todo o país, levantando debates sobre o sistema de pedágios, concessões públicas e o papel dos representantes políticos na defesa dos direitos do povo.