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Trechos urbanos de rodovias lideram mortes de pedestres em São Paulo

São Paulo — Os trechos urbanos de rodovias lideram o ranking de pedestres mortos em acidentes de trânsito na cidade de São Paulo entre janeiro e setembro deste ano, segundo dados do Infosiga, do governo estadual. Em 2024, foram registrados 291 casos na capital paulista, ante 234 no ano passado — crescimento de 24%.

A Rodovia Fernão Dias, na zona norte de São Paulo, foi a via que mais registrou mortes de pedestres na cidade de São Paulo nos primeiros nove meses do ano. O trecho entre os quilômetros 82 e 88, entre Parque Edu Chaves e Tremembé, teve 14 casos.

A segunda posição fica com a Rodovia dos Bandeirantes, que registrou seis mortes de pedestres. Os atropelamentos aconteceram entre os quilômetros 16 e 27.

Entre as dez vias com mais pedestres mortos de janeiro a setembro, aparecem também grandes avenidas da capital paulista. A exceção é a pequena Rua Alfazema, no Tremembé, que teve três casos no mesmo dia, em 26 de janeiro.

Veja as dez vias com mais pedestres mortos*

  • Rodovia Fernão Dias (BR-381) – 14
  • Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) – 6
  • Avenida Sapopemba – 4
  • Avenida Senador Teotônio Vilela – 4
  • Estrada de Itapecerica – 4
  • Avenida Engenheiro Armando de Arruda Pereira – 3
  • Avenida Rio das Pedras – 3
  • Avenida São João – 3
  • Rua Alfazema – 3
    *entre janeiro e setembro

Com relação ao perfil das vítimas, há uma prevalência entre pessoas com 60 anos ou mais. Embora representem uma minoria entre a população, pedestres dessa faixa etária são a metade dos mortos, entre aqueles casos em que há registro da idade (120 de 240). Homens representam praticamente três em cada quatro pedestres mortos no trânsito da capital paulista —215 casos, 74% do total.

A noite é o período em que mais ocorreram mortes de pedestres na cidade em acidentes de trânsito, com cerca de um terço do total dos casos — foram 96 registros, 33%. Sobre o dia da semana, a sexta-feira foi o que mais teve óbitos (55), seguido do sábado (51).

O que diz a prefeitura

A Prefeitura de São Paulo afirma que a principal causa de sinistros de trânsito é o desrespeito à sinalização e às leis pelos condutores, com destaque para o excesso de velocidade. “O município mantém um índice de mortes no trânsito abaixo das médias nacionais e estadual e tem implementado uma série de medidas para evitar que ocorrências de trânsito façam vítimas e causem mortes, tornando o fluxo de trânsito cada vez mais seguro”, afirma.

A administração municipal diz que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) destinou R$ 54,1 milhões para atividades de educação no trânsito em 2023, aumento de 30% em relação ao ano anterior.

Também diz que reduziu o limite de velocidade de 50 km/h para 40 km/h em 24 vias da cidade, entre outras ações.

O que dizem as concessionárias

A Arteris, responsável pela Fernão Dias, afirma que realiza ações do “Viva Pedestre” para conscientização de usuários, com dicas sobre o uso correto de 27 passarelas entre os quilômetros 5 e 87 da rodovia.

Também faz a distribuição de panfletos orientando a população do trecho urbano a não circular nas pistas, andar no acostamento, entre outras.

Já a CCR Autoban, concessionária responsável pela Bandeirantes, diz que faz campanhas sobre travessia segura, com orientações a pedestres.

A CCR AutoBAn também afirma que aderiu, em 2021, ao Projeto “Amigos do Trecho”, que consiste na abordagem de “trecheiros” que circulam pela região de Campinas.

“Esses indivíduos são identificados e, com seu consentimento e apoio da PMRv (Polícia Militar Rodoviária), encaminhados ao Samim (Serviço de Atendimento ao Migrante, Itinerante e Mendicante) para pernoite. A iniciativa tem como objetivo garantir a segurança no trânsito nas rodovias e oferecer acolhimento às pessoas em situação de vulnerabilidade”, diz.

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