Tecnologia
Smartwatch pode ser arma para hackers violarem computadores, diz estudo
Nova técnica descrita por pesquisador explora sinais ultrassônicos para burlar sistemas air gap, tradicionalmente considerados à prova de hackers
/Shutterstock
Um novo estudo sugere que até mesmo computadores com air gap — sistemas completamente desconectados da internet e redes externas — podem ser vulneráveis a ataques cibernéticos, desde que um smartwatch esteja por perto.
A descoberta é de Mordechai Guri, especialista em segurança cibernética da Universidade Ben-Gurion, em Israel, e foi publicada no repositório científico arXiv.

Como o ataque pode ocorrer
- A técnica proposta por Guri se baseia no uso de sinais ultrassônicos emitidos por um computador infectado com malware.
- Esses sinais, inaudíveis ao ouvido humano, poderiam ser captados por um smartwatch equipado com microfone e, posteriormente, transmitidos para outro dispositivo via Wi-Fi ou Bluetooth.
- Em testes, a comunicação foi possível a até 6 metros de distância e com taxa de transmissão de 50 bits por segundo — suficiente para vazar dados sensíveis, embora lentamente.
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Ação prévia seria necessária
O cenário exigiria acesso físico prévio ao computador isolado para instalação do malware, além da presença de um smartwatch adulterado nas proximidades. Guri sugere até a possibilidade de um dispositivo comprometido ser furtado de um funcionário, infectado e devolvido discretamente.
Embora a complexidade da operação torne esse tipo de ataque improvável em contextos comuns, ele poderia ser considerado em casos de espionagem contra alvos de alto valor.
Guri alerta que, mesmo com o elevado nível de dificuldade, a existência dessa possibilidade deve ser levada em conta por especialistas em segurança.


Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.
