A cidade de São Paulo enfrenta uma grave crise de saúde pública com a confirmação da segunda morte por intoxicação de metanol, elevando para 14 o número de casos confirmados no estado. As vítimas, dois homens de 46 e 54 anos, eram residentes da capital paulista. A situação é alarmante, com mais de 160 casos suspeitos sendo investigados pela Secretaria de Saúde. Em resposta a essa emergência, uma força-tarefa policial foi mobilizada para identificar e apreender bebidas adulteradas, resultando em 41 prisões em várias cidades, incluindo Diadema e Santo André. Além disso, 11 estabelecimentos foram interditados e 6.900 garrafas apreendidas desde o início das operações.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou que o contrabando de bebidas é um problema estrutural no Brasil, que está intimamente ligado à fiscalização inadequada e ao sistema de monitoramento falho. Ele ressaltou a facilidade com que falsificadores obtêm garrafas para adulteração e a responsabilidade dos comerciantes que compram produtos sem nota fiscal. Embora as prisões realizadas até agora não indiquem uma conexão direta, o governador assegurou que qualquer envolvimento de crime organizado será rigorosamente investigado e punido.
O Ministério da Saúde, sob a liderança de Alexandre Padilha, está monitorando de perto os casos e reforçou a importância da notificação imediata de suspeitas clínicas. Para enfrentar a crise, o ministério adquiriu mais de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2.500 unidades de fomepisol para tratamento, distribuindo-as para centros de referência em toxicologia. A Anvisa também orientou gestores estaduais e municipais sobre farmácias de manipulação capazes de produzir o etanol farmacêutico. Padilha assegurou que os tratamentos são eficazes e reconhecidos pela comunidade médica internacional, oferecendo esperança para os afetados.
Enquanto isso, a crise já está impactando o setor de bebidas. A Associação Paulista de Bares e Restaurantes relatou uma queda no consumo de destilados, com consumidores optando por cervejas e vinhos em vez de bebidas potencialmente adulteradas. A associação enfatizou a importância de adquirir bebidas de fontes confiáveis e a necessidade de uma fiscalização eficaz para combater a adulteração.
*Com informações de Camila Yunes