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Parlamento do Irã solicita fechamento do estreito de Ormuz, trecho responsável pelo trânsito de 20% do tráfego de petróleo

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Decisão precisa ser aprovada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional; desde sexta-feira (20), o preço do petróleo já registrava forte alta, com um salto de 8% devido ao conflito no Oriente Médio

EFE
Navio Stena Impero foi capturado pelo Irã próximo ao estreito de Ormuz

O Irã fez a primeira retaliação aos ataques dos Estados Unidos contra as instalações nucleares – Fordow, Natanz e Isfahan -, mas não foi uma resposta armamentista, pelo contrário, foi econômica. Isso porque o Parlamento do Irã solicitou, neste domingo (22), o fechamento do estreito de Ormuz, por onde transita 20% do tráfego mundial de petróleo por via marítima. A decisão, contudo, ainda não está valendo, pois depende da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional, órgão composto pelo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, diversos ministros, três representantes do líder supremo e figuras das forças de segurança do país. Em entrevista a televisão estatal “Press TV”, o general Esmaeil Kousari, membro do Comitê de Segurança do Parlamento, afirmou que a câmara “alcançou um consenso” para bloquear o estratégico Estreito de Ormuz. Não ficou claro se a decisão de fechar a importante passagem marítima foi tomada por todo o Parlamento ou apenas pelo comitê do qual Kousari faz parte.

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Impacto mundial

Cerca de 20% do petróleo mundial circula pelo estreito de Ormuz, uma passagem marítima estreita entre Irã e Omã, que as autoridades iranianas já ameaçaram várias vezes bloqueá-lo em resposta a tensões com os Estados Unidos e outras nações ocidentais. Desde sexta-feira (20), o preço do petróleo já registrava forte alta, com um salto de 8%. O barril tipo Brent, que é tido como referência globa, por exemplo, subiu 13,5%. Saiu de US$ 69,36 no dia 12 de junho, para US$ 78,74 no dia 19. Já o WTI, referência dos Estados Unidos, teve aumento de 10,9%, saltando de US$ 66,64 para US$ 73,88. Apesar de ficar entre o Irã e o Omã, são os Estados Unidos que são os responsáveis por proteger a navegação comercial no Estreito de Ormuz. A região é monitorada pela 5ª Frota da Marinha americana, com base no Bahrein.

Conhecido do a artéria do trânsito mundial de petróleo, Estreito de Ormuz conecta o Golfo Pérsico (ao norte) com o Golfo de Omã (ao sul), e “deságua” no Mar da Arábia, e cerca de um quinto de todo o consumo mundial passa pelo estreito. Só do início de 2022 até maio deste ano, aproximadamente 17,8 a 20,8 milhões de barris por dia de petróleo bruto. Ormuz tem 33 km de largura, com canais de navegação de apenas 3 km em cada direção. Quando o conflito se escalou e o preço do petróleo subia, os analistas disseram que “os países da Opep+ dispõem de uma capacidade de produção de reserva considerável, estimada pela AIE em 5,5 milhões de barris por dia” que poderia permitir-lhes “compensar a perda de fornecimento de petróleo iraniano, mas não um bloqueio do estreito de Ormuz”.

Escalada do conflito

Israel e Irã têm trocado ataques diários com mísseis e drones desde a madrugada do último dia 13, quando o Estado judeu lançou bombardeios contra instalações militares e nucleares iranianas, resultando na morte de vários altos comandantes militares. A situação escalou com os os EUA bombardeando, na madrugada deste domingo, noite de sábado no horário de Brasília, três instalações nucleares iranianas: Fordow, Natanz e Isfahan, nesses que são os primeiros bombardeios americanos em meio ao conflito entre Israel e Irã.

A ação deixou a tensão ainda maior e, somente neste domingo, foram registrados ataques israelenses contra dois alvos militares na província de Bushehr, que abriga a única usina nuclear iraniana, e uma usina elétrica em Yazd, enquanto que em Isfahan, foram ativados os sistemas de defesa com o objetivo de interceptar alvos hostis na região. O Estado judeu tem atacado instalações militares, civis e nucleares, além de hospitais e áreas residenciais. Nesses ataques, 430 pessoas morreram e cerca de 3,5 mil ficaram feridas, a maioria civis no Irã, enquanto em Israel foram registrados 24 falecimentos.

*Com informações da EFE





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