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Ozempic passa a ser vendido com retenção de receita

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Determinação da Anvisa tem como objetivo combater o uso indiscriminado dos medicamentos, o que pode trazer problemas à saúde

(Imagem: Marc Bruxelle/Shutterstock)

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A partir de agora, a venda de medicamentos para a perda de peso só poderá ocorrer com a retenção de receita médica. A medida visa controlar o uso das chamadas “canetas” de emagrecimento, das quais uma das mais famosas é o Ozempic.

A determinação havia sido publica pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Diário Oficial da União (DOU). Isso aconteceu no último dia 16 de abril e a nova norma entraria em vigor 60 dias após disso, ou seja, nesta segunda-feira (23).

Diretores da Anvisa analisaram dados sobre o uso do medicamento no país (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasil registra mais eventos adversos resultantes do uso do produto

  • A decisão da Anvisa sobre a obrigatoriedade da retenção da receita ocorreu após uma análise de farmacovigilância.
  • Este trabalhou se baseou em dados de uma sistema da entidade que monitora efeitos secundários de medicamentos.
  • Foram identificados muito mais eventos adversos relacionados ao uso destes emagrecedores fora das indicações aprovadas pela Anvisa no Brasil do que no exterior.
  • Por isso, os diretores da agência entenderam que existe a necessidade de proteger a população do uso abusivo desses medicamentos.
  • A Novo Nordisk, farmacêutica responsável pelo Ozempic, destacou que “compartilha das mesmas preocupações da Anvisa quanto ao uso irregular de medicamentos”.
  • As informações são do G1.
Compra das canetas agora só pode ser feita com retenção da receita médica (Imagem: Alones/Shutterstock)

Uso indiscriminado dos medicamentos pode causar problemas

De acordo com especialistas, o uso indiscriminado de Ozempic e de medicamentos similares pode resultar em escassez dos produtos para aqueles que realmente precisam, como os pacientes com diabetes tipo 2. Além disso, pode provocar desnutrição grave, perda de massa muscular, queda de cabelo intensa e problemas relacionados a falta de vitaminas.

Com o acompanhamento médico, a falta de apetite é monitorada, assim como o padrão alimentar, evitando que o paciente pare de se alimentar corretamente, por exemplo. Além disso, os platôs na perda de peso são acompanhados de forma a evitar frustrações, criando novas estratégias durante o tratamento.

Cristina Schreiber, médica endocrinologista e diretora do departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)

Medicamento promove emagrecimento, mas tratamento precisa de acompanhamento médico (Imagem: Liudmila Chernetska/iStock)

Ao mesmo tempo, o uso excessivo dos fármacos reduz a eficácia dos mesmos. Este cenário acaba exigindo doses cada vez maiores para reproduzir o efeito inicial. Por conta disso, é necessário um trabalho de conscientização junto a pacientes e à sociedade em geral sobre a importância do uso responsável e orientado destes produtos.

A obesidade é uma doença crônica, geneticamente herdada. Assim, durante o acompanhamento médico importantes decisões como aumentar, reduzir a dose são tomadas a fim de que o tratamento se torne eficaz e sustentável ao longo do tempo.

Cristina Schreiber, médica endocrinologista e diretora do departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM)


Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.




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