Em busca de uma articulação mais robusta com o Congresso Nacional, os ministros do governo federal têm intensificado suas relações políticas à medida que se aproxima o ano legislativo de 2025. Com a vitória na presidência da Câmara dos Deputados dada como praticamente certa, o deputado Hugo Motta (Republicanos) tem se mobilizado em Brasília, realizando encontros estratégicos para estreitar laços com figuras influentes da política.
Nesta terça-feira, Motta se reuniu com Alexandre Padilha, atual Ministro de Secretaria de Relações Institucionais, em companhia do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), ex-ministro da Saúde e atualmente licenciado para assumir a Secretaria da Indústria e Comércio do Paraná. O encontro foi compartilhado nas redes sociais de Padilha, destacando a importância da interação entre esses políticos. “Mesmo com o Congresso em recesso, o trabalho da articulação política na SRI não para! Ótimo encontro com o líder Hugo Motta e com o ex-ministro da Saúde Ricardo Barros”, escreveu Padilha.
Padilha busca estabelecer um canal direto com Motta, inspirado na exitosa aliança que teve com Arthur Lira (PP-AL), que deixará a presidência da Câmara em 1º de fevereiro. Em uma reviravolta política, o deputado Ricardo Barros, ao elogiar um novo programa de estímulo industrial do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2024, gerou desconforto no círculo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Relatos de aliados indicam que Bolsonaro não apreciou a declaração de Barros, considerando-a uma “ótima iniciativa do governo federal”.
Em meio a esse cenário, um ministro próximo a Lula garantiu ao titular desta coluna que a gestão de Hugo Motta não enfrentará grandes obstáculos de articulação. Segundo essa fonte, o presidente tem demonstrado que é possível alcançar resultados significativos sem recorrer ao tradicional “toma lá, dá cá”, uma prática comum nas negociações políticas do Congresso, com o peso das emendas.
