Cobranças, ameaças e extorsão. A coluna revelou, com exclusividade, a identidade dos integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), alvos da Polícia Federal (PF), investigados por, supostamente, atuarem em um esquema de milícia. Além dos policiais, outros três homens são investigados. Novas apurações da coluna detalham a operação do grupo.
Como funcionava a milícia:
- O grupo usava uma empresa sem autorização da Polícia Federal como fachada para prestar serviços ilegais de cobrança.
- Dois policiais militares do DF participavam diretamente das cobranças, usando a estrutura da corporação para intimidar vítimas.
- O grupo atuava a mando de terceiros interessados em recuperar dívidas, como agiotas. Os pagamentos eram forçados por meio de ameaças.
- As abordagens envolviam violência e coação. As vítimas eram obrigadas a assinar notas promissórias e termos de confissão de dívida.
- Os policiais acessavam sistemas internos para obter informações pessoais das vítimas, como endereços e rotina.
- Em ao menos dois casos, os integrantes viajaram para outros estados para executar as cobranças.
- A investigação é parte da Operação Fênix e foi baseada em provas encontradas no celular de um dos investigados.
- Foram autorizadas prisões temporárias, suspensão de funções públicas, buscas e apreensões e quebra de sigilo bancário.
- O grupo pode responder por extorsão, milícia privada, organização criminosa, violação de sigilo funcional e abuso de autoridade.
Por meio de nota, a PMDF informou que não comenta assuntos “que estão em sede de investigação e ressalta que não coaduna com desvios de conduta, os quais serão rigorosamente apurados.”
A coluna entrou em contato com a corporação com a defesa dos envolvidos, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.