InícioBrasil e MundoJustiça de SP suspende concessão de escolas estaduais para iniciativa privada

Justiça de SP suspende concessão de escolas estaduais para iniciativa privada

Uma decisão liminar do Tribunal de Justiça de São Paulo interrompeu o processo de privatização das escolas estaduais, invalidando os dois leilões realizados pelo governo de Tarcísio de Freitas no final do ano passado. O juiz Manuel Fonseca Pires fundamentou sua decisão no argumento de que a concessão das escolas à iniciativa privada prejudica a autonomia pedagógica e a gestão democrática da educação pública, em resposta a um pedido do sindicato Apeoesp, que representa os professores do estado. O governador havia promovido leilões para transferir 33 escolas estaduais para a gestão privada e tinha planos de terceirizar a manutenção de outras 143 unidades.

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“A licitação e a pretensão de concessão a particular da gestão de escolas públicas comprometem o serviço público de educação porque pressupõe equivocadamente ser possível dissociar o espaço físico da atividade pedagógica”, diz a decisão. “É uma vitória gigante, que nos permite dizer em alto e bom som: privatização não é a solução. Queremos uma gestão democrática, em que as escolas possam debater seu projeto político-pedagógico sem interferências externas de caráter privado” disse deputada estadual professora Bebel (PT). O governo paulista havia estabelecido parcerias público-privadas (PPPs) com dois consórcios para administrar as escolas por um período de 25 anos.

O juiz Pires também enfatizou que a utilização do ambiente escolar está intimamente ligada ao processo de ensino e aprendizado.”As decisões sobre a ocupação, uso e destino de todo o ambiente escolar dizem respeito também ao que se idealiza e pratica-se no programa pedagógico. As possibilidades de deliberar de modo colegiado e participativo por todos os atores envolvidos na educação não podem ser subtraídas da comunidade escolar com a transferência a uma empresa privada que teria o monopólio de gestão por 25 anos”.

Os leilões que foram suspensos incluíam a construção de 17 novas escolas em municípios do Lote Oeste e 16 no Lote Leste, parte de um plano mais amplo de privatização que agora se encontra em impasse.

*Reportagem produzida com auxílio de IA
Publicada por Matheus Oliveira

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