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Israel volta a atacar o Irã, que ameaça responder aos ataques dos Estados Unidos

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Governo Trump entrou no conflito no último domingo (22), com bombardeios contra as instalações nucleares de Isfahan e Natanz, além da central subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordo

ATTA KENARE / AFP
Fumaça após um ataque israelense em Teerã

Israel lançou nesta segunda-feira (23) uma nova série de ataques aéreos contra o Irã, que, por sua vez, ameaçou os Estados Unidos com “graves consequências” após os bombardeios contra suas instalações nucleares e alertou para uma possível “propagação da guerra” no Oriente Médio. O conflito entre Israel e Irã, desencadeado em 13 de junho por um ataque israelense sem precedentes contra seu grande rival regional, entrou nesta segunda-feira no 11º dia. O governo dos Estados Unidos entrou no conflito no domingo, com bombardeios contra as instalações nucleares de Isfahan e Natanz, assim como contra a central subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordo.

O Pentágono afirmou ter “devastado o programa nuclear iraniano”, mas o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, declarou que, por enquanto, não é possível avaliar a dimensão dos danos. Grossi também pediu acesso às instalações nucleares iranianas para avaliar as reservas de urânio altamente enriquecido, próximas ao nível que permitiria a produção de uma bomba atômica. Nesta segunda-feira, o Exército israelense anunciou novos bombardeios contra “alvos do regime” iraniano. Em Teerã, a imprensa estatal informou novos ataques contra Fordo e contra o quartel-general da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do regime iraniano, em Teerã.

Em Israel, sirenes de alerta voltaram a ser acionadas devido ao lançamento de mísseis iranianos. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, disse que Estados Unidos e Israel “cruzaram uma grande linha vermelha” e anunciou uma reunião em Moscou com o presidente russo Vladimir Putin, que lamentou a “agressão” contra o Irã e assegurou que a Rússia ajudará o povo iraniano. Por sua vez, um porta-voz das Forças Armadas iranianas, Ebrahim Zolfaghari, alertou que “o ato hostil (dos Estados Unidos) ampliará o alcance de alvos legítimos das forças iranianas e abrirá caminho para a expansão da guerra na região”.

“Os combatentes do islã infligirão consequências sérias e imprevisíveis com operações (militares) poderosas e direcionadas”, acrescentou em um discurso exibido na televisão estatal. Akbar Velayati, conselheiro do líder supremo iraniano Ali Khamenei, disse que os Estados Unidos “não têm mais lugar” no Oriente Médio e ameaçou atacar as bases militares americanas na região.  Desde o início da guerra, o Irã respondeu com o lançamento de mísseis e drones contra Israel e poderia adotar uma medida de represália com o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passam 20% da produção mundial de petróleo.

Mais de 400 mortos no Irã

Desde 13 de junho, Israel, que afirma que o Irã estava muito próximo de fabricar uma bomba atômica, atacou centenas de bases militares e instalações nucleares iranianas e matou comandantes militares e cientistas. O Irã nega a intenção de fabricar armas atômicas, mas defende seu direito de desenvolver um programa nuclear civil. A guerra deixou mais de 400 mortos e 3.000 feridos no Irã, a maioria civis, segundo um balanço oficial. Os ataques iranianos contra Israel mataram 24 pessoas, segundo as autoridades israelenses.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, agradeceu ao presidente americano Donald Trump, seu aliado, pelo bombardeio. “Sua decisão corajosa (…) mudará a história.” “Provocamos danos monumentais em todas as instalações nucleares do Irã, como mostram as imagens de satélite. Destruição total é o termo adequado!”, afirmou Trump nas redes sociais. Os governos de Israel e dos Estados Unidos, no entanto, ainda estão avaliando os danos. Alguns especialistas acreditam que o material nuclear foi transferido para outro lugar antes do ataque.

Ali Shamkhani, outro assessor do líder supremo iraniano, afirmou na rede X que o Irã ainda possui reservas de urânio enriquecido. Segundo a AIEA, o Irã enriquece urânio a 60%, um nível próximo dos 90% necessários para fabricar uma bomba atômica. A agência da ONU afirma, no entanto, que não detectou a existência de um “programa sistemático” para produzir uma arma nuclear. Em Fordo, uma central de enriquecimento de urânio enterrada sob uma montanha ao sul de Teerã, o solo aparentemente foi afetado pelos ataques e a cor da montanha mudou em comparação com 19 de junho, segundo uma análise de imagens de satélite da AFP baseada em dados da empresa americana Planet Labs PBC.

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Trump também pareceu apoiar uma mudança de regime em Teerã, apesar de funcionários de sua administração terem afirmado que este não era o objetivo da intervenção americana. “Não é politicamente correto usar o termo ‘mudança de regime’, mas se o regime atual do Irã não pode fazer o Irã voltar a ser grande, por que não haveria uma mudança de regime?”, escreveu Trump em suas redes sociais. Desde abril, Teerã e Washington participaram de negociações com a mediação de Omã para buscar um acordo sobre o programa nuclear, mas as conversações foram interrompidas pela guerra.

*Com informações da AFP 

 





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