Israel chama Assembleia Geral da ONU de ‘circo político’ por votos a favor da Palestina

O Ministério das Relações Exteriores de Israel definiu nesta sexta-feira (12) como um “circo político” a Assembleia Geral das Nações Unidas, depois que a entidade aprovou por esmagadora maioria, com 142 votos a favor, uma declaração que favorece a “solução de dois Estados, Israel e Palestina”. Na opinião de Israel, a declaração – não vinculante – só vai conseguir “animar” o Hamas, o qual acusa de ser o “único” responsável pela continuação da ofensiva israelense, a prosseguir com o conflito iniciado em outubro de 2023.

Israel, Estados Unidos e países aliados como Hungria, Argentina e Paraguai se opuseram à declaração que obteve 10 votos contra, 12 abstenções e 142 votos a favor, entre Reino Unido, França, Canadá e Austrália, que nos últimos meses mudaram sua posição tradicional e se declararam prontos para reconhecer o Estado da Palestina, o que farão durante a Semana de Alto Nível da Assembleia Geral da ONU, de 22 a 28 deste mês.

“Israel rejeita totalmente a decisão da Assembleia Geral da ONU desta tarde”, escreveu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores israelense, Oren Marmorstein, em mensagem nas redes sociais, na qual agradece aos países que não contribuíram para esta decisão “vergonhosa” e não vinculativa do principal órgão da ONU. Marmorstein acrescentou que, “mais uma vez”, ficou claro “até que ponto” a Assembleia Geral é um “circo político distante da realidade”. Segundo ele, nas inúmeras cláusulas que acompanham a declaração, não há uma “única menção” ao grupo terrorista Hamas.

“Não há nenhuma referência ao simples fato de que o Hamas é o único responsável pela continuação da guerra, ao se recusar a devolver os reféns e a se desarmar”, acrescentou o porta-voz, que concluiu que a resolução aprovada nesta sexta-feira não promove uma solução de paz, mas o contrário, porque “incentiva” o Hamas a continuar a guerra.

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Declaração simbólica

A votação voltou a mostrar as divergências que o tema cria dentro da União Europeia, uma vez que a Hungria votou contra e entre quem se absteve estava a República Tcheca. Outros aliados tradicionais de Israel, como Alemanha e Holanda, votaram desta vez a favor.

As votações da Assembleia Geral não têm caráter vinculativo, pelo que o seu significado é meramente simbólico, mas servem para medir o apoio a determinadas causas: concretamente, o apoio a um Estado palestino é cada vez mais maioritário entre os Estados-membros e os EUA mal conseguem reunir um grupo de países à sua posição radicalmente contrária.

A declaração votada nesta sexta-feira, conhecida como “Declaração de Nova York para a solução pacífica da questão da Palestina e a implementação da solução de dois Estados”, foi aprovada em uma conferência de alto nível organizada por França e Arábia Saudita em 29 de julho, e que terá continuidade em 22 de setembro, tornando-se um dos momentos mais esperados da Semana de Alto Nível.

*Com informações da EFE

Publicado por Nícolas Robert