EUA: Uber é processada por discriminar pessoas com deficiência

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) está processando a Uber por violar a Lei dos Americanos com Deficiências. As autoridades acusam a plataforma de “falhar em prevenir e remediar” conscientemente a discriminação de pessoas com deficiência.

“A Uber e seus motoristas se recusam rotineiramente a atender pessoas com deficiência, incluindo pessoas que viajam com animais de serviço ou que usam cadeiras de rodas dobráveis”, afirma o processo apresentado nesta quinta-feira (11) em um tribunal na Califórnia (EUA). “Os motoristas da Uber insultam e menosprezam pessoas com deficiência ou fazem perguntas inapropriadas.”

Empresa estaria cobrando “sobretaxas inadmissíveis” relacionadas a limpeza de animais de serviço (Imagem: @Freepik/Freepik)

A ação é baseada em relatos de mais de 20 pessoas com deficiência, segundo o site Disability Scoop. Muitas delas passaram a evitar serviços da Uber alegando experiências negativas com a empresa e seus motoristas — mesmo que isso signifique perder compromissos e outras atividades.

Viagens negadas

  • A Uber introduziu um recurso que permite que os passageiros revelem se viajarão com um animal de serviço após tomar conhecimento da investigação do Departamento de Justiça, mas, segundo o processo, isso não impediu novos casos de discriminação contra essas pessoas;
  • “A Uber nega serviço a centenas e, potencialmente, até milhares, de pessoas com deficiência que viajam com animais de serviço, que usam cadeiras de rodas ou outros dispositivos de mobilidade, ou cuja aparência, ou comportamento involuntário devido às suas deficiências pode ofender, incomodar ou incomodar os motoristas”, diz a ação;
  • A empresa também estaria cobrando “sobretaxas inadmissíveis” relacionadas a limpeza de animais de serviço e pelo cancelamento de passageiros “cujo serviço foi ilegalmente negado”, segundo os promotores;
  • Eles pedem que a Justiça obrigue a plataforma a oferecer treinamentos sobre a Lei de Adaptação de Veículos (ADA, na sigla em inglês) a seus funcionários e motoristas, além de sanções civis e indenização para passageiros que se sentirem prejudicados.
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Novo recurso permite que os passageiros revelem se viajarão com um animal de serviço (Imagem: JHVEPhoto/Shutterstock)

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O que diz a Uber

Em comunicado, a Uber afirmou que tem uma política de “tolerância zero para recusas confirmadas de serviço” e que discorda das alegações do Departamento de Justiça. “Passageiros que usam cães-guia ou outros dispositivos de assistência merecem uma experiência segura, respeitosa e acolhedora na Uber — ponto final.”

Motoristas cadastrados na plataforma devem concordar com a política de animais de serviço e todas as leis de acessibilidade aplicáveis, diz a empresa, acrescentando que os membros são regularmente lembrados dessas responsabilidades.

“Continuamos investindo em tecnologia, treinamento e canais de denúncia dedicados — como uma linha direta para recusa de animais de serviço 24 horas por dia, sete dias por semana — para garantir que os passageiros possam nos alertar rapidamente para que possamos investigar e resolver os problemas.”

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Uber diz que tem tolerância zero para recusas confirmadas de serviço (Imagem: Uber/Divulgação)

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