No embate indireto do segundo turno em Goiás, entre o governador Ronaldo Caiado (União) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o gestor estadual se saiu vencedor. Os dois apoiaram candidatos distintos nos dois maiores municípios de Goiás. No entanto, o governador levou a melhor nos dois. As cidades foram: Goiânia e Aparecida de Goiânia.
Em Goiânia, Caiado convidou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel (União) para a disputa. Ele largou em terceiro lugar, mas passou para o segundo turno atrás de Fred Rodrigues (PL), apadrinhado de Bolsonaro. Fred cresceu nas pesquisas após aparecer ao lado do ex-presidente em atos de campanha.
Neste domingo (27/10), Mabel alcançou 55,53% dos votos contra 44,47% de Fred Rodrigues (PL). O candidato apostou no perfil de experiência como gestor e ultrapassou o adversário ao conquistar os votos da esquerda, que rejeitou o aliado de Bolsonaro. Fred investiu na imagem de um candidato anti sistema.
Em Aparecida de Goiânia, segundo maior município do estado, Caiado apoiou Leandro Vilela (MDB). No início da eleição, o deputado federal Professor Alcides (PL), nome com o aval de Bolsonaro, despontava com franco favoritismo, conforme as pesquisas da época, com mais de 50% dos votos.
Vilela teve 48% dos votos contra 43% do adversário no primeiro turno. No segundo turno, o emedebista ampliou a vantagem e venceu Professor Alcides por 63,6% a 36,4%.
Bolsonaro vence
Das três disputas em que se envolveu em Goiás, Bolsonaro foi vencedor apenas em Anápolis, terceiro maior município do estado. Na localidade, não houve disputa entre o ex-presidente e Caiado no segundo turno. O motivo foi que o oponente do apadrinhado de Bolsonaro era o petista Antônio Gomide.
Bolsonaro atuou em Anápolis pela vitória de Marcio Correa (PL). Ele obteve 58,56% dos votos contra 41,44% de Gomide no segundo turno.
Durante os atos de campanha em Goiás, Bolsonaro e Caiado trocaram ataques diretos. Bolsonaro chamou Caiado de “covarde”, em uma referência às medidas adotadas pelo governador para restringir a circulação de pessoas durante a pandemia da Covid-19.
De olho em 2026
A disputa entre os dois é, para Caiado, uma tentativa de firmar o domínio político no estado para alcançar projeção nacional. Ele tem intenção de disputar, em 2026, a Presidência da República.
Para Bolsonaro, fazer prefeitos em Goiás, assim como em outras localidades do Brasil, significava manter o cacife de maior expoente da direita no Brasil, algo que tenta usar para conseguir a anistia à inelegibilidade.