InícioGeralDoença descompressiva: entenda condição que matou turista em Noronha

Doença descompressiva: entenda condição que matou turista em Noronha

Um homem de 43 anos morreu na última terça-feira (15/10) em Fernando de Noranha (PE) após realizar um mergulho e descer cerca de 62 metros no mar. Bruno Jardim de Miranda Zoffoli era natural de Belo Horizonte, em Minas Gerais e, segundo os médicos, teve doença descompressiva.

Bruno chegou a ser encaminhado para o hospital e passou pela terapia hiperbárica, que consiste em respirar oxigênio puro em uma câmara com pressão maior que a atmosférica. Apesar da tentativa de tratamento, o quadro clínico piorou e ele faleceu após uma parada cardiorrespiratória.

O que é a doença descompressiva?

A doença descompressiva, também conhecida como “mal dos mergulhadores”, é uma condição grave que ocorre quando o corpo não consegue eliminar adequadamente os gases dissolvidos, principalmente o nitrogênio, após um mergulho em profundidade.

Segundo o neurologista Maciel Pontes, do Hospital de Base do Distrito Federal, a condição acontece quando o corpo não consegue eliminar adequadamente os gases dissolvidos, principalmente o nitrogênio, acumulado durante o mergulho.

“Isso provoca a formação de bolhas de gás nos tecidos e na corrente sanguínea, podendo causar danos graves aos órgãos e, em casos extremos, até levar à morte”, explica o especialista.

Durante um mergulho em profundidade, o aumento da pressão ambiente faz com que gases, como o nitrogênio, sejam dissolvidos no sangue e nos tecidos corporais.

No entanto, se o mergulhador subir rápido demais, a pressão externa diminui abruptamente, fazendo com que o nitrogênio, que estava dissolvido, se transforme em bolhas dentro do corpo. “Essas bolhas podem obstruir vasos sanguíneos, lesar tecidos e provocar sintomas diversos, dependendo da quantidade e localização das bolhas”, esclarece.

Sintomas e diagnóstico

Os sintomas da doença descompressiva podem variar de leves a graves, incluindo:

  • Dores nas articulações e músculos;
  • Tontura;
  • Fraqueza;
  • Dificuldade respiratória;
  • Paralisia parcial ou completa;
  • Perda de consciência.

“O quadro mais comum é a dor nas articulações, mas em casos mais graves, o paciente pode apresentar paralisia ou até perda de consciência”, diz Maciel. O diagnóstico é feito com base no histórico do mergulho, na velocidade da subida e nos sintomas apresentados pelo paciente.

“Exames de imagem, como tomografia ou ressonância, podem ser usados para avaliar o estado dos órgãos afetados”, afirma o médico. Além disso, a análise clínica imediata dos sinais e sintomas é crucial para determinar o grau de gravidade do quadro.

Tratamento

O tratamento principal envolve o uso de uma câmara hiperbárica. “A recompressão recria as condições de alta pressão, permitindo que as bolhas de nitrogênio sejam redissolvidas no sangue e eliminadas de forma segura”, explica o neurologista.

Além disso, o paciente pode receber oxigênio suplementar e fluidos intravenosos para ajudar na recuperação. “A rapidez do tratamento é fundamental para evitar danos permanentes ou fatais”, acrescenta Maciel.

Como prevenir?

A doença descompressiva pode ser prevenida com práticas seguras de mergulho. “Subir à superfície de forma gradual e controlada, fazer paradas de descompressão quando necessário e utilizar tabelas ou computadores de mergulho para orientar os tempos adequados de subida são medidas essenciais para evitar a doença”, aconselha o médico.

Ele também alerta para o risco de mergulhos repetidos em um curto período, o que pode aumentar as chances de desenvolver o mal.

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