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Detento que corrompia advogados matou policial e se aliou ao PCC no DF

Jackson Antônio de Jesus Costa, conhecido como Caboclinho, é um dos principais alvos da Operação Cravante, desencadeada pela Polícia Federal (PF) para desarticular um esquema que promovia apoio externo a líderes de facções criminosas no sistema penitenciário do Distrito Federal.

Acusado de chefiar o Bonde do Maluco (BDM) na Bahia, Jackson Antônio está no centro de um histórico de crimes que inclui tráfico de drogas e envolvimento na morte do policial federal Lucas Caribé (foto em destaque), assassinado em setembro de 2023, durante uma operação policial em Salvador.

Após ser preso no Complexo Penitenciário da Papuda, Jackson Antônio continuou a exercer influência no tráfico, coordenando as atividades do BDM. Contudo, a posição dele no mundo do crime se fortaleceu após integrar e auxiliar o Primeiro Comando da Capital (PCC) dentro da penitenciária, com uso de conexões com advogados para manter o controle sobre as operações do tráfico.

Essa articulação permitiu que ele ampliasse a rede criminosa e conseguisse se comunicar com outros detentos, bem como gerenciar atividades ilícitas, mesmo atrás das grades.

O histórico de crimes de Jackson Antônio inclui acusações de venda de armas e envolvimento com organizações que exportam cocaína para a Europa e a África.

Ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto, emitido em maio de 2022, por tráfico de drogas. E a escalada da violência na Bahia, atribuída à guerra entre facções, intensificou os esforços das autoridades para neutralizar líderes do crime organizado, como Jackson.

Cravante

A Operação Cravante busca desmantelar esse esquema de apoio a facções. Equipes da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Distrito Federal (Ficco-DF) cumprem seis mandados de prisão e nove de busca e apreensão, na capital do país e na Bahia, expedidos pela 1ª Vara Criminal de Brasília.

Informações repassadas pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) mencionam a constatação de indícios de que diversas pessoas teriam se passado por um advogado, com anuência dele, para se comunicar com detentos do sistema prisional do DF.

O inquérito policial revela que ao menos cinco advogados e um estagiário de direito, alvos das ordens judiciais, revezariam-se no atendimento a demandas de uma liderança de facção, atuando por fora do exercício profissional para promoção de uma organização criminosa.

Já a liderança presa faria uso da rede criminosa tanto para própria comunicação quanto subsidiaria contato externo para outros presos, para estender a influência do grupo e atrair novos faccionados.

Liderança fortalecida

Durante as chamadas de vídeo, os advogados – ou aqueles que se passavam por eles – fariam ligações para terceiros e os colocariam em contato com os presos. As comunicações seriam feitas, principalmente, para que o detento suspeito de liderar o esquema pudesse manter a administração das atividades criminosas fora do sistema penitenciário.

Em relação à busca pelo fortalecimento da posição do preso junto aos demais internos, Jackson Antônio também subsidiaria os custos das chamadas, para que os outros pudessem falar com parentes e amigos, e patrocinaria bens e agrados diversos a eles, como alimentos diferenciados e assistência jurídica.

Os alvos dos mandados de prisão poderão responder pelos delitos de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem passar dos 20 anos de reclusão. Os advogados também tiveram a autorização para exercício da profissão suspensa, segundo decretado pela Justiça.

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