Agronegócio
Cotações do milho devem seguir em baixa no curto prazo? Existem fatores de sustentação
O mercado brasileiro de milho segue pressionado por uma combinação de oferta crescente e demanda mais contida.
O desenvolvimento positivo da safrinha junto ao início da colheita da primeira safra eleva a disponibilidade do grão amarelo, o que deve continuar pressionando os preços em praticamente todo o Brasil.
Nesse intervalo, a demanda interna se manteve estável, com compradores mais cautelosos aguardando oportunidades melhores de compra.
Os setores de etanol e ração seguem ativos nas aquisições e ajudaram a limitar uma queda ainda maior nas cotações. Contudo, esse apetite não foi suficiente para reverter a tendência de baixa.
No mercado internacional, os preços em Chicago também recuaram. A principal pressão veio do bom avanço do plantio nos Estados Unidos e do volume mais fraco nas vendas externas. Com isso, o contrato de julho encerrou a semana anterior a US$ 4,44/bushel, patamar que reflete o cenário de baixa.
O que esperar do mercado do milho?
A plataforma Grão Direto traça análises sobre o que esperar do mercado de milho em cada semana. Veja o que está no radar:
- Oferta e preços: a oferta elevada de milho tende a continuar impactando negativamente os preços, especialmente enquanto os compradores mantiverem uma postura mais retraída. Apesar disso, setores como o de etanol e ração devem seguir contribuindo para dar sustentação ao mercado, principalmente em momentos pontuais de queda mais acentuada. “A demanda, ainda que estável, pode exercer um papel relevante na contenção de movimentos mais agressivos de baixa.”
- Relatório USDA: no cenário externo, o mercado está atento ao relatório de oferta e demanda produzido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a ser divulgado em 12 de junho. Tais números podem trazer nova volatilidade aos contratos futuros. O clima nas regiões produtoras norte-americanas seguirá no radar, sendo um dos principais indicadores dos preços internacionais nas próximas semanas.
- Dólar e macroeconomia: a moeda norte-americana segue em trajetória de enfraquecimento global, refletindo tanto dados econômicos internos dos Estados Unidos quanto o tom mais diplomático entre as principais economias globais. A melhora na relação comercial entre norte-americanos e chineses reduziu o nível de aversão ao risco no mercado internacional, favorecendo moedas emergentes como o real.
“Para o agronegócio, a valorização do real reduz a competitividade das exportações brasileiras, tornando os produtos menos atrativos no exterior. Por outro lado, o câmbio mais favorável pode ajudar a melhorar as condições de compra de insumos e implementos agrícolas, o que é positivo para o planejamento da próxima safra”, conclui a plataforma, em nota.
