Concessionária fecha desvio utilizado por motoristas para evitar pedágio em Paracatu após polêmica com políticos

Via Cristais fechou acesso com instalação de guard rail metálico

Patos Já

A concessionária Via Cristais tomou a decisão de fechar o desvio que vinha sendo utilizado por motoristas para evitar a cobrança da taxa de pedágio na BR-040, em Paracatu, Minas Gerais. A medida foi adotada após um vídeo polêmico postado pelo senador Cleitinho Azevedo e pelo prefeito de Paracatu, Igor Santos, no qual os dois políticos orientavam motoristas a burlarem o pedágio, utilizando uma rota alternativa improvisada.

O vídeo foi publicado em fevereiro deste ano, logo antes do início da cobrança do pedágio, e mostrava o desvio passando por uma propriedade particular próxima à praça de pedágio do município. No material, os políticos demonstraram o caminho, o que gerou reações nas redes sociais e inquietação nas autoridades responsáveis pela fiscalização do sistema de rodovias.

Na última terça-feira (18), o senador Cleitinho Azevedo e o prefeito Igor Santos divulgaram novas imagens em que conversam com motoristas sobre a rota de fuga, reforçando a sugestão de evitar o pagamento da taxa. A situação gerou um grande alvoroço, levando a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a emitir uma nota oficial, condenando a prática. Segundo a ANTT, “rotas de fuga de pedágio resultam em danos ao contrato de concessão e podem gerar questionamentos administrativos e judiciais”. A agência também alertou que a evasão do pedágio configura infração de trânsito grave, passível de multa e perda de pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Apesar de o desvio ter sido autorizado pelo proprietário da área privada onde o caminho passava, a Via Cristais decidiu agir e fechou o acesso, instalando um “guard rail” metálico no local. Além disso, foi construída uma valeta e uma placa de sinalização foi afixada alertando os motoristas sobre a interdição do desvio e a necessidade de seguir pela rodovia principal.

Até o momento, tanto o senador Cleitinho Azevedo quanto o prefeito Igor Santos não se pronunciaram oficialmente sobre o fechamento do desvio e as implicações jurídicas que o caso pode acarretar. A expectativa é que as autoridades municipais e estaduais acompanhem de perto os desdobramentos do episódio, uma vez que a situação levanta questões sobre a legalidade de incentivos à evasão de pedágio e os impactos que isso pode ter nas finanças públicas e na segurança viária.

A medida da concessionária Via Cristais, embora vista como uma resposta necessária para evitar danos ao contrato de concessão e às normas de trânsito, gerou debates sobre o impacto de tarifas em áreas menos favorecidas economicamente, como Paracatu, onde muitos motoristas utilizavam a alternativa como forma de não arcar com o pedágio.

A questão segue sendo monitorada pelas autoridades, enquanto a comunidade local aguarda possíveis pronunciamentos sobre o futuro da cobrança do pedágio e a fiscalização das rotas alternativas.