Ciro Nogueira recua após troca de críticas com Eduardo Bolsonaro e diz que não terá desavença com filhos do ex-presidente

Após uma troca pública de críticas com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, afirmou à Jovem Pan que não pretende prolongar o embate. Segundo ele, por respeito e lealdade ao ex-presidente Jair Bolsonaro, não pode ter “nenhum tipo de desavença” com seus filhos. “A única coisa que não pode acontecer jamais é eu ter algum tipo de desavença com um dos filhos do presidente. Minha lealdade a ele não permite isso”, declarou Ciro.

O senador afirmou que considera o episódio encerrado. “Se depender de mim, não vou escalar isso de jeito nenhum. A discussão acabou ontem. Jamais vou jogar lenha nessa fogueira. Tenho muito respeito ao presidente Bolsonaro pra isso”, completou. A troca de farpas começou após Ciro acusar Eduardo de causar um “prejuízo gigantesco” à direita. O deputado rebateu dizendo que o prejuízo seria, na verdade, “pessoal” de Ciro Nogueira.

“Não se pode confundir o seu interesse com o do Brasil”, afirmou Eduardo, que ironizou o senador dizendo se compadecer com seu “sentimento de prejuízo”, mas destacou que está disposto a “sacrificar interesses pessoais pelo país”. Ciro respondeu negando qualquer perda pessoal. “Nunca quis ser nada além do que sou. O que me interessa também é o Brasil”, disse.

A tensão entre os dois ocorre em meio ao racha na direita sobre quem deve liderar o grupo nas eleições presidenciais de 2026.  Com Jair Bolsonaro inelegível até 2030 e condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, tenta se viabilizar como alternativa, mas enfrenta resistência dentro do campo.

Na semana passada, Ciro visitou o ex-presidente em prisão domiciliar e afirmou que a direita “vai vencer as próximas eleições”. No entanto, o senador também protagonizou atritos com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Ao citar Tarcísio de Freitas (SP) e Ratinho Junior (PR) como possíveis nomes para a disputa, Ciro deixou de mencionar Caiado, que reagiu chamando o senador de “inexpressivo” e acusando-o de agir com “ansiedade” para se colocar como “vice de Tarcísio” e “porta-voz” de Bolsonaro.

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À Jovem Pan, senadores do União dizem que todo o projeto da Federação União Progressista, a maior bancada da Câmara, foi para Ciro se viabilizar como vice. No entanto, publicamente, Ciro nega. E também em entrevista, reafirma que será candidato à reeleição pelo Piauí ao Senado: “meu foco é ser reeleito pelo meu estado, representar o Piauí. Se eu tiver de optar entre o Brasil e o Piauí, mil vezes meu Piauí”.