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Agronegócio

Brasil vai elaborar proposta para produzir alimentos em Angola

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Após missão de representantes do agronegócio brasileiro a Angola, o Brasil vai elaborar uma proposta para viabilizar uma parceria para a ampliar a produção agrícola no país africano. A visita de produtores e empresários do Brasil a propriedades angolanas, para conhecer de perto as condições e oportunidades locais, será o ponto de partida para que entidades do setor formulem um documento inicial, que deverá ser entregue por Lula ao presidente de Angola, João Lourenço, que vai a Brasília no próximo dia 23.

“Se a gente construir um tratado que incentive produtores brasileiros a também produzirem aqui, eles vão ampliar suas áreas, comprar equipamentos, máquinas, serviços do Brasil. Vão transferir dividendos do que ganharem e vão gerar oportunidades, riquezas e renda também aqui”, disse o ministro Carlos Fávaro durante a missão africana, que termina no próximo domingo (11).

Angola, com cerca de 36 milhões de habitantes, tem uma produção incipiente de alimentos, importando a maior parte do que consome. O grão de maior produção no país é o milho, uma cultura majoritariamente de subsistência que rendeu 3,35 milhões de toneladas na safra 2023/24, de acordo com o Ministério de Agricultura e Florestas (Minagrif).

O principal interesse do governo angolano em uma colaboração com o Brasil está justamente em ampliar a área do cereal, assim como as de trigo, soja e arroz. “Acreditamos que pode haver um salto muito rápido na produção desses grãos. Empresários [brasileiros] podem fazer parcerias, e têm bastante conhecimento sobre como aumentar a produção nessas fileiras”, disse o secretário de Agricultura e Pecuária de Angola, Castro Camarada.

“Precisamos, depois da produção de grãos, impulsionar toda a cadeia de proteína animal. Alimentar a indústria de ração que vai fazer com que possamos desenvolver a avicultura, caprinocultura, suinocultura”, afirmou o secretário.

Embaixadora do Brasil no país do outro lado do Atlântico, Eugênia Barthelmess acredita que o projeto de colaboração poderá garantir segurança alimentar a Angola. “Essa é talvez a relação mais importante de nossa pauta de cooperação técnica para o mundo”, disse, complementando que esse modelo de desenvolvimento agropecuário pode vir a ser replicado por toda a África.

Propostas

Gilson Pinesso, que mantém áreas de grãos e pecuária em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e que participa da missão de prospecção, acredita que há realmente grandes oportunidades para o agro brasileiro em Angola. Ele, que já produziu nas nações africanas do Sudão e de Moçambique, afirma, porém, que a proposta do governo do Brasil deve conter algumas salvaguardas. Entre suas sugestões, está a criação de uma linha de crédito do BNDES ou do Banco do Brasil para garantir os investimentos dos interessados na parceria.

Pinesso também acredita que será necessário regulamentar o uso de biotecnologia em território angolano, onde isso ainda não é permitido, embora exista aceno do governo local para aprovar uma lei liberando o plantio de sementes transgênicas. Além disso, o experiente produtor preocupa-se com a segurança jurídica do projeto, cobrando garantias de que o acordo será cumprido por Angola, onde os brasileiros receberiam uma concessão para o uso das terras.



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