‘Atuamos para acabar com discriminação com alimentos e local onde será realizada a COP30’, diz ministro do Turismo

O governo federal reverteu a decisão que proibia a venda de comidas típicas paraenses, como açaí, tacacá e maniçoba, nos espaços oficiais da COP30, que será realizada em Belém (PA). Em entrevista à Jovem Pan News, o ministro do Turismo, Celso Sabino, classificou a proibição inicial como um “equívoco” e afirmou que o assunto foi “resolvido definitivamente” após sua intervenção em poucas horas. Sabino garantiu que todos os alimentos servidos durante o evento, incluindo os pratos regionais, passarão por rigorosos controles de qualidade e segurança alimentar, como pasteurização e certificação sanitária, para assegurar o bem-estar dos participantes. Ele criticou a medida anterior, considerando-a um ato de “preconceito” e “discriminação” com a gastronomia local. “Não tem por que, na COP da Amazônia, na COP da floresta, retirarmos especialmente os produtos da floresta”, declarou o ministro.

“Nosso governo não quer submeter os participantes da ONU a nenhum tipo de risco de contaminação, a nenhum tipo de risco de envenenamento ou de constrangimento alimentar. Mas nós vamos atuar e estamos atuando de forma muito firme para acabar com o preconceito ou qualquer tipo de discriminação com os alimentos e mesmo com o local onde será realizada essa COP. O fato concreto é que o açaí, o tucupi, a maniçoba, eles fazem parte do cardápio do paraense, de quem vive em Belém, e fazem parte também do cardápio dessa gastronomia internacionalmente reconhecida como uma das melhores gastronomias do mundo”, declarou Sabino.

açaí com frutas

Entre os alimentos estavam o açaí, o tucupi, sucos de fruta in natura e a maniçoba

Hospedagens e preços Abusivos

O ministro também abordou a polêmica sobre os preços elevados das hospedagens em Belém para a COP30. Ele admitiu a existência de “abusos” por parte de alguns proprietários, mas afirmou que são “exceções” e que o próprio mercado está se encarregando de regular os valores. Sabino destacou os investimentos do governo para ampliar a oferta de leitos, incluindo a construção de novos hotéis, o incentivo a aluguéis de temporada e a reforma de um porto para receber navios de cruzeiro, que servirão como hotéis flutuantes.

Em resposta às reclamações de delegações internacionais, como a da Áustria, sobre os custos, o ministro informou que foi criado um grupo de trabalho para atuar “pessoalmente” junto a cada país, auxiliando na busca por acomodações a preços justos. “Queremos que esta seja a COP mais inclusiva e participativa de todas”, finalizou Sabino.

“Nós temos hotéis cinco estrelas, hotéis seis estrelas. Eu estive pessoalmente visitando esses hotéis com diárias ali no hotel cinco estrelas no valor de R$ 3 mil para o período da COP. Nós temos diárias dentro da nossa plataforma e para atender delegações e parte da ONU que começam a partir de $ 100. O governo brasileiro se preparou muito para a realização dessa COP, com vultuosos investimentos. Nós estamos requalificando um grande porto na região metropolitana de Belém, que já há alguns meses e esse porto logo estará pronto nos próximos dias e vai receber dois grandes navios, inclusive com subsídio do governo brasileiro”, explicou o ministro. 

cta_logo_jp
Siga o canal da Jovem Pan News e receba as principais notícias no seu WhatsApp!

Por fim, Celso Sabino reconheceu a “existência de abuso” nos preços das oferta de diárias na cidade de Belém, porém, segundo o ministro, esses abusos são ‘exceção’ e o ‘próprio mercado’ está tomando conta de regular esses preços. “De um lado, alguns abusos que são exceção, e de outro lado, nós temos também alguns países que não querem pagar nem $ 100 numa diária para participar da COP. Então, o governo brasileiro está trabalhando para buscar uma intermediação para que essa COP seja a COP mais inclusiva de todas que já aconteceram até hoje”, argumentou.

*Com informações de Soraya Lauand 

*Reportagem produzida com auxílio de IA