Pergunta: Queria perguntar sobre domingo. Você pode ser o primeiro técnico argentino campeão da Copa do Brasil. O que isso significa para você? Você imaginou em tão pouco tempo fazer história pelo Galo?
Gabriel Milito: “Agora mesmo, não penso nisso, não me interessa isso. Me interessa que a equipe possa ganhar, mas só me interessa só isso. Coisas além disso não me importam. Sobretudo, acaba de terminar esse jogo, e sentimos essa nova derrota. A verdade, não me interessa para nada esse dado que você me falou”.
Pergunta: Esse time que você escalou teve jogadores que iniciaram partidas contra o Fortaleza e o Internacional. Hoje, qual foi o principal problema para o Galo sair derrotado para o lanterna do campeonato?
Gabriel Milito: “Acho que a equipe faz grande esforço para tentar conseguir bons resultados. Hoje, uma vez mais, um error nos custou a derrota. Claramente, somos duas equipes, uma do Brasileiro e outra das Copas. Eu valorizo o esforço de todos os jogadores. Mas a realidade é essa. Quando fazemos muitas modificações, a equipe sente. Cada erro nos custa caro, nos custa derrotas”.
Pergunta: O Galo vive situações opostas: momento complicado no Brasileiro e decisão da Copa do Brasil no domingo. O que fazer para uma coisa não afetar na outra?
Gabriel Milito: “Bem, claro que a derrota nos afeta muito. Não esperávamos a derrota de hoje, mas foi o que aconteceu. Isso não se pode negar. Agora, é tentar recuperar e sair para jogar a final com muita energia, para ver se é possível fazer a remontada. Sei que a equipe vai dar tudo possível. Mas, claramente, no Brasileirão não podemos obter os resultados que tivemos nas Copas. Eu gostaria, trabalhamos muito para isso, para que tenhamos essa mesma regularidade das Copas, mas, até agora, não foi possível. Ganhamos alguns jogos (do Brasileiro), mas acho que deveríamos ter ganhado mais. Também sei que, se tivéssemos atuado sempre com a mesma formação titular, provavelmente não estaríamos nas finais da Copa do Brasil e da Libertadores, porque jogar três competições gera desgates físico e mental. Estamos obrigados a modificar”.
“Claramente, são duas equipes, um time quando estão todos, outro time quando não estão todos. A vontade de ganhar está presente, mas a realidade é essa. Eu sou o máximo responsável, pois decido que Paulinho, Hulk, Battaglia, Alonso, Scarpa, Alan Franco não venham. Eu decido isso, mas é necessário. Se não fosse assim, poderíamos estar melhor no Brasileiro, mas não estariamos disputando as finais das Copas. É claro isso. Impossível jogar com 12, 14 jogadores nas três competições e ir bem. Se você tampa a cabeça, descobre os pés, e vice-versa. É a realidade”.
Pergunta: Você consegue tirar coisas positivas do jogo de hoje, projetando a final da Copa do Brasil, especialmente com os jogadores Zaracho, Bernard, Alan Kardec, que atuaram aqui e podem ser usados no domingo?
Gabriel Milito: “Sim, destaco que Bernard já conseguiu jogar, Zaracho também, ter mais minutos. Eles vêm de estar inativos bastante tempo, necessitam jogar para encontrar esse ritmo competitivo. Eles estão bem, creio que estarão melhor com o passar do tempo. Claro, seguramente para a Copa Libertadores estarão melhor do que para a final contra o Flamengo, agora. Pela questão do tempo. Bem, eles serão alternativas para eu decidir qual a melhor escalação para domingo”.
Pergunta: O Atlético tem uma desvantagem de 3-1 diante do Flamengo na final da Copa do Brasil. O que você acha que pode ser determinante para o time conseguir reverter esse quadro e ser campeão?
Gabriel Milito: “Determinante? Primeiro, jogar com muita confiança e valentia, desejo de querer ganhar o jogo. Atacar e defender bem, porque só atacar e não defender bem, não estaremos dentro da partida. Importante marcar gol, necessitamos marcar dois gols, e defender bem. E fazer um grande jogo, com confiança, espírito competitivo, jogar mais do que nunca coletivamente. Espero isso e espero a melhor resposta dos jogadores. Sei do grande desejo que eles têm de reverter esse resultado. E vamos tentar. Isso eu tenho certeza”.
Foto: Pedro Souza/Galo
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