São Paulo — Passados 26 anos de sua prisão, Francisco de Assis Pereira, o homem que ficou conhecido como o “Maníaco do Parque”, voltou aos assuntos mais comentados devido à repercussão do filme da Prime Video que retrata os crimes cometidos pelo motoboy, em São Paulo.
A história dele, atualmente com 56 anos, até reacendeu o debate sobre o sistema penal brasileiro. Condenado a mais de 260 anos de prisão por matar e estuprar ao menos sete mulheres — ele confessou 11 assassinatos e 23 ataques —, Francisco pode ganhar a liberdade em 2028, uma vez que a legislação brasileira não permite que o tempo de encarceramento ultrapasse 30 anos.
Quem era Francisco de Assis Pereira?
Natural de Guaraci, no interior paulista, Francisco trabalhava como motoboy na capital. Ele também era atleta e participava de campeonatos de patinação, assim como é mostrado no filme.
Para cometer os crimes, Francisco se apresentava como caça-talentos e oferecia ensaios fotográficos remunerados às mulheres, prometendo a chance de se tornarem modelos de sucesso. Com esse pretexto, ele conseguia levá-las até o Parque do Estado, na zona sul de São Paulo, onde as atacava.
Em julho de 1998, em um intervalo de dois dias, foram encontrados, no interior do parque, quatro corpos de mulheres, despidos e de bruços, com sinais de abusos sexuais e estrangulamento. A investigação da polícia os relacionou com outros cadáveres localizados na área, meses antes, com características semelhantes.
Após ouvir depoimentos de mulheres que sobreviveram aos ataques de Francisco, a polícia elaborou um retrato falado do criminoso e divulgou para a imprensa. A circulação da imagem fez com que o motoboy se demitisse da empresa onde trabalhava e fugisse da cidade.
Na empresa, os investigadores encontraram a carteira e a identidade de uma das vítimas encontradas mortas no parque.
A prisão
Mais de três semanas após a criação do retrato, Francisco foi localizado e preso em Itaqui, no Rio Grande do Sul, perto da fronteira com a Argentina. Ele foi denunciado por um pescador que mantinha uma pensão familiar onde o criminoso buscou se hospedar.
Francisco foi transferido para a Casa de Custódia de Taubaté, no interior de São Paulo, no dia 14 de agosto. Quando saiu do prédio, escoltado por policiais, uma multidão com mais de 200 pessoas tentou avançar sobre o criminoso, aos gritos de “assassino”, “lincha” e “vai morrer”.