Em pleno julho de 2025, Paracatu — carinhosamente chamada de “Capital Mundial do Pão de Queijo” — surpreende até os mais tradicionais mineiros com uma receita histórica e diferente do tradicional: o pão de queijo sem escaldamento. É isso mesmo: ao contrário da versão clássica, que leva o polvilho escaldado com leite fervente, aqui a massa é puramente crua, preservando sabores autênticos da tradição local.
Para entender melhor, conversamos com Igor Diniz, secretário municipal de Cultura e Turismo. Ele explica que a receita mantém a mesma proporção de polvilho e queijo, mas usa menos ovos e dispensa o choque térmico do escaldamento — técnica que mistura ingredientes em ponto alto. E esse detalhe faz toda a diferença no aroma, na textura e na identidade cultural da iguaria.
Uma herança de séculos
Sabe-se que o método remonta ao século XVIII, época em que Paracatu era farta em leite cru e queijo meia cura — ingredientes da zona rural mineira que deram origem a essa tradição. Em 2015, a receita foi reconhecida como patrimônio imaterial local, eternizada no “Livro de Registros dos Saberes”.
Receita revelada por chef paracatuense
O chef Pedro Barbosa, nascido na cidade, compartilhou a fórmula tombada pelo município. Vamos aos ingredientes:
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1 prato de polvilho doce
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1 prato de queijo minas (de preferência meia cura)
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2 ovos
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3 colheres de sopa de manteiga
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Sal a gosto
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Leite (somente até dar o ponto ideal da massa)
Modo de preparo:
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Em uma tigela, misture polvilho, queijo, manteiga, sal e ovos com as mãos.
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Vá adicionando leite aos poucos até a massa desgrudar das mãos.
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Modele os pãezinhos e asse em forno preaquecido a 200 °C por cerca de 30 minutos, até dourarem.
Por que esse pão acontece?
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Identidade local: a técnica única reflete a cultura e história de Paracatu, criando um sabor inigualável.
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Atrativo turístico: visitantes de todo o Brasil (e do mundo!) vêm à cidade em busca dessa iguaria diferenciada.
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Patrimônio vivo: ao manter viva essa tradição, a comunidade reforça seu valor simbólico e gastronômico.