Somente no mês de agosto de 2025, três pessoas tiraram a própria vida em Paracatu (MG) — um número que chama atenção especialmente em um município de porte médio. Embora dados oficiais específicos para o município ainda não tenham sido divulgados, esse dado local reforça uma tendência que preocupa especialistas.
Especialistas alertam para um cenário de aumento significativo no suicídio no Brasil, com alguns grupos — como jovens e idosos — especialmente vulneráveis. O agravamento de fatores de risco, como depressão, isolamento, desemprego, alcoolismo e doenças crônicas, torna o problema ainda mais urgente.
Dados e tendências nacionais
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O Brasil enfrenta aumento expressivo nos suicídios, associado a crises políticas, econômicas, isolamento social e fragilidade da atenção em saúde mental.
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Estudo da Fiocruz apontou que a taxa anual de suicídio entre jovens cresceu 6% entre 2011 e 2022, enquanto autolesões entre crianças e adolescentes subiram 29% ao ano.
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Entre 2003 e 2022, houve crescimento de 264% nos casos de suicídio relacionados a medicamentos.
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Em 2021, o país registrou mais de 15.500 mortes por suicídio, o que equivale a uma morte a cada 34 minutos.
Uma chamada à ação urgente
Os casos de Paracatu, embora específico, não é isolado — mas reflete um problema de saúde pública que já corrói a estrutura social em diferentes esferas. Abaixo, algumas recomendações essenciais:
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Coleta e divulgação de dados locais
É fundamental que as autoridades municipais realizem o levantamento detalhado dos casos ocorridos, para compreender os perfis, contextos e fatores envolvidos. -
Fortalecimento da rede de apoio e atendimento
Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) precisam estar preparados para acolher e identificar sinais de risco. A capacitação de profissionais e campanhas de conscientização permanentes são fundamentais. -
Prevenção focada em grupos de risco
Jovens, idosos, pessoas com transtornos mentais ou dependência e grupos vulneráveis necessitam de atenção específica, com ações educativas, suporte psicossocial contínuo e combate ao estigma. -
Ações comunitárias e de combate ao isolamento
Escolas, instituições religiosas, associações e coletivos locais podem se engajar para promover acolhimento, diálogo e redes de suporte afetivo.
O fato de três pessoas terem cometido suicídio em Paracatu em apenas um mês é um sinal preocupante. É momento de unir esforços entre Estado, sociedade civil, serviços de saúde e a comunidade para romper o silêncio em torno desse drama. A vida importa — e cada número representa famílias, sonhos, memórias.