Esporte
A Ambiciosa, e Arriscada, Tripla Coroa Colorada em 2025 – SCInter
Opinião sobre o destino colorado em 2025.
Opinião: Por Nathália Bulsing – Colunista do SouInter
Opinião e sonhos colorados
O Internacional, com sua história rica em conquistas, embarca em uma jornada que, se por um lado inflama a paixão da torcida, por outro levanta questionamentos sobre a sustentabilidade de tamanha ambição. Disputar simultaneamente o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil e a CONMEBOL Libertadores é um desafio que poucos clubes conseguem superar com sucesso. No caso do Colorado, a equação envolve não apenas talento em campo, mas também uma gestão de elenco e logística impecáveis.

No Campeonato Brasileiro, a busca pela regularidade é um mantra entre os clubes que almejam o topo. Para o Inter, não basta vencer partidas isoladas; é necessário construir uma campanha sólida, somando pontos de forma consistente, tanto em casa quanto fora. O Brasileirão, com sua longa duração e elevado nível competitivo, exige foco constante e um elenco vasto e qualificado para suportar o desgaste físico e mental. A ambição de disputar o título é legítima, mas a concorrência é intensa, e qualquer tropeço pode custar caro.
A Copa do Brasil, por sua vez, apresenta um formato mata-mata que representa um atalho sedutor para a glória e uma vaga direta na Libertadores. No entanto, sua natureza imprevisível a torna ainda mais perigosa: um dia ruim pode comprometer todo o planejamento da temporada. Nessa competição, estratégia e capacidade de decisão nos momentos cruciais tornam-se fundamentais. O Inter precisa encarar cada confronto com espírito de final, sem margem para erros.
A CONMEBOL Libertadores, ápice do futebol sul-americano, oferece a cobiçada chance de um título internacional. Porém, ela adiciona uma camada extra de complexidade à já intensa rotina do clube. Viagens longas, confrontos com estilos de jogo variados e a necessidade constante de adaptação impõem um desafio logístico e técnico considerável. A Libertadores pode ser uma vitrine importante para o Inter, mas sua priorização em relação às competições nacionais deve ser cuidadosamente avaliada pela comissão técnica.
Entre logística, elenco e emoção

A grande questão que paira sobre essa tripla missão é a gestão do elenco. Roger Machado, técnico com ideias próprias e estilo definido, terá a difícil tarefa de dosar as energias dos atletas, evitando o desgaste excessivo. A rotação do time será inevitável, mas manter o nível de desempenho será um desafio permanente. A profundidade do grupo e a capacidade dos jogadores em manter a entrega em diferentes cenários serão postas à prova.
Outro aspecto essencial é a logística. O Brasil possui dimensões continentais — e a América do Sul não fica atrás. Conciliar deslocamentos para diversas competições, com fusos horários e climas distintos, exige um planejamento minucioso. O departamento de futebol do Internacional precisará ser cirúrgico na organização para reduzir os impactos dessas viagens no desempenho dos jogadores.
Para a torcida, essa tripla disputa é um prato cheio de emoções. A possibilidade de levantar múltiplos troféus em uma mesma temporada alimenta o sonho colorado. No entanto, é necessário manter os pés no chão e compreender que o desgaste é real — e que, em determinadas situações, será preciso abrir mão de um resultado ideal em nome de um objetivo maior.
Na minha visão, a ambição do Internacional em buscar o sucesso nas três frentes é louvável e condiz com a grandeza do clube. Porém, trata-se de uma aposta arriscada, que exigirá equilíbrio entre desempenho, preservação física e eficiência na gestão. A temporada será longa e desafiadora, e só o tempo dirá se o Colorado conseguirá conduzir essa jornada com maestria, colhendo os frutos de sua ousadia. A paixão da torcida será o motor, mas a inteligência na gestão será o leme dessa busca pela glória.
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